Recuo da confiança empresarial consolida tendência de desaceleração da atividade econômica
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getulio Vargas (FGV
IBRE) recuou 2,2 pontos em janeiro, para 93,0 pontos. Em médias móveis
trimestrais, o ICE mantém a tendência de queda iniciada no mês passado e recua
1,4 ponto no mês.
“O recuo mais intenso da confiança empresarial em janeiro sinaliza a
consolidação da tendência de desaceleração da atividade econômica esboçada no
mês anterior. O índice que mede a situação atual dos negócios (ISA) caiu de
forma consistente pela primeira vez desde abril passado e o índice de que mede as
expectativas em relação aos meses seguintes (IE) recuou pelo quarto mês
seguido. Até a Indústria, que vinha sustentando ótimos resultados, sinaliza
alguma desaceleração para o restante do primeiro trimestre. No extremo oposto,
o Setor de Serviços continua com dificuldades para reagir e volta a registrar o
menor nível de confiança entre os quatro setores pesquisados pelo FGV IBRE”,
avalia Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas do FGV IBRE.
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de
confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas
pelo FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) cedeu pela segunda vez,
agora em 2,7 pontos, para 95,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) recuou
0,6 ponto, na quarta queda consecutiva, para 93,7 pontos.
Após avançarem no mês anterior, os indicadores que medem o otimismo em
relação à evolução da Demanda nos três meses seguintes e da Tendência dos
Negócios nos seis meses seguintes, iniciaram 2021 recuando 4,0 e 0,1 pts,
respectivamente. O indicador de Emprego Previsto (três meses) também recuou em
janeiro, em 1,7 ponto.
A confiança de todos os setores que integram o ICE recuou em janeiro. A
Indústria, que vinha de oito altas consecutivas, recuou 3,6 pontos no mês, com
quedas semelhantes dos indicadores de situação atual e de expectativas. Após um
repique positivo no mês anterior, a confiança do setor de Serviços e da
Construção voltam a ceder, também com quedas nos dois horizontes de tempo da
pesquisa. Apenas a confiança do Comércio, teve recuo motivado inteiramente pela
piora da situação presente.
Difusão da Confiança
Em janeiro, a confiança empresarial avançou em 43% dos 49 segmentos
integrantes do ICE, um recuo da disseminação frente aos 55% do mês passado.
Após ter a maior proporção de segmentos em alta no mês anterior, a Indústria
tem o pior resultado entre os setores em janeiro, com disseminação de alta da
confiança inferior a 30%.
O estudo completo está disponível no site.